segunda-feira, 24 de outubro de 2016

APRESENTAÇÃO

Nem toda concepção de acesso contempla a acessibilidade. Em outros termos: toda acessibilidade implica em acesso, mas nem todo acesso abarca a acessibilidade. Essa nuance põe em evidência o caráter transversal e problematizador da acessibilidade como um campo de intervenção nas políticas públicas de democratização de bens, serviços e práticas sociais e culturais, procurando explicitar a perspectiva de participação das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida nas diversas esferas da sociedade.
Desta maneira, ao nos encontrarmos em torno da acessibilidade em ambientes culturais, assumimos, como pano de fundo, o direito de todos de atuação como leitores e produtores de processos e artefatos culturais, cuja ênfase à participação das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida traduz a necessidade de problematizarmos as nossas concepções em relação ao outro e às construções espaciais que acolhem e provocam múltiplas interações simbólicas, afetivas, estéticas e epistêmicas. Emerge assim, a perspectiva de ocupação e envolvimento por parte de um segmento social que historicamente procura sair da invisibilidade para se apropriar de lugares e espaços que, até então, não foram concebidos para acolhê-los como agentes partícipes, possibilitando, inclusive, a desestabilização do estigma do defeito, em favor da defesa de formas distintas de perceber, de se expressar, de conhecer e de viver.

Assim, a UFRN, por meio do seu Plano de Cultura, procura aglutinar experiências, estudos e práticas artísticas e acadêmicas em torno da acessibilidade, com intuito de estabelecer um contexto de diálogo entre professores, estudantes, pesquisadores, dirigentes, artistas e produtores culturais em favor da emergência (e consolidação) desta temática no contexto potiguar.

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