Nem toda concepção de
acesso contempla a acessibilidade. Em outros termos: toda acessibilidade
implica em acesso, mas nem todo acesso abarca a acessibilidade. Essa nuance põe
em evidência o caráter transversal e problematizador da acessibilidade como um campo
de intervenção nas políticas públicas de democratização de bens, serviços e
práticas sociais e culturais, procurando explicitar a perspectiva de
participação das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida nas
diversas esferas da sociedade.
Desta maneira, ao nos
encontrarmos em torno da acessibilidade em ambientes culturais, assumimos, como
pano de fundo, o direito de todos de atuação como leitores e produtores de
processos e artefatos culturais, cuja ênfase à participação das pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida traduz a necessidade de problematizarmos
as nossas concepções em relação ao outro e às construções espaciais que acolhem
e provocam múltiplas interações simbólicas, afetivas, estéticas e epistêmicas.
Emerge assim, a perspectiva de ocupação e envolvimento por parte de um segmento
social que historicamente procura sair da invisibilidade para se apropriar de lugares
e espaços que, até então, não foram concebidos para acolhê-los como agentes
partícipes, possibilitando, inclusive, a
desestabilização do estigma do defeito, em favor da defesa de formas distintas de
perceber, de se expressar, de conhecer e de viver.
Assim, a UFRN, por
meio do seu Plano de Cultura, procura aglutinar experiências, estudos e
práticas artísticas e acadêmicas em torno da acessibilidade, com intuito de
estabelecer um contexto de diálogo entre professores, estudantes,
pesquisadores, dirigentes, artistas e produtores culturais em favor da
emergência (e consolidação) desta temática no contexto potiguar.
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